Espaço de discussão e reflexão sobre a experiência do olhar e suas reverberações no corpo na construção/remontagem do espetáculo exposição "IN-REAL acontecimentos poéticos" da desCompanhia de dança.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

IN-REAL acontecimentos poéticos

ENFIM A ESTREIA!
IN-REAL acontecimentos poéticos
Data:
22 de Novembro a 09 de Dezembro de 2012 (quinta a domingo às 20H)
Local: Casa Selvática
Entrada: R$ 10 e R$ 5
Cidade: Curitiba – Brasil
Flyer Eletrônico

sábado, 27 de outubro de 2012

Bel, mergulhe nessas palavras da Marcia Tiburi

"[...] ao entrar na memória, se está no lugar de uma construção-destruição. Vernant conta que este exercício tinha, para os gregos, a função de purificar a alma "concentrando-a, recolhendo-a em si mesma a partir de todos os pontos do corpo, de modo que assim reunida e isolada ela possa desligar-se do corpo e evadir-se" É esta a concentração do corpo que é preciso reter quando se pensa o que fazer com a memória, no que ela significa como potência de experiência." ( DIÁLOGOS-DANÇA, carta de Marcia Tiburi, p.121)
bjs
Cintia


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Cena da Varanda

des, compartilho abaixo um texto do Nietzsche. Para mim, às vezes uso subtexto pessoal, oculto em camada profunda que não procuro compartilhar tal como ele é, no entanto gosto de deixar indícios sutis - afinal sutileza e elegância se dialogam entre si e são virtudes que admiro muito. Também percebo que a beleza é uma cortesia inerente ao trabalho artístico que costumo buscar. Mas quando uso esse termo, o conceito é relativo e amplo de interpretação, por isso vou explicar melhor o meu entendimento. Depois de um bate-papo com o Fernando Dourado, nosso iluminador, tenho refletido que beleza é algo que revela a Verdade - com V maiúsculo. Dessa maneira, percebo que há uma alquimia do feio para o belo. Esse encantamento acontece quando o feio revela algo sublime e ilumina o nosso olhar em relação ao mundo. Tornam-se belo - uma beleza que o tempo não consegue desgastá-lo. Acredito que a arte consegue fazer essa transmutação estética. E o interessante disso tudo, é que tanto na vida como na arte, o belo que revela o falso se torna feio e asqueroso. Acredito que o ser humano em geral não admira isso. Atrás da plasticidade das sombras projetadas no chão que tenho trabalhado na Casa Selvática, existe algo velado que é o limite da varanda, num sentido nada morbido, muito pelo contrário, quando estou nela, no limiar do “precipicio”, vejo a vida passar numa contemplação.

“Na varanda não há destino, cada pessoa abre o seu portal, é um espaço à parte do mundo. Ela fica na divisa entre o externo e o interno. Pisando nela, o tempo é a penumbra e pode ser recriado. Tudo se implode em si mesmo. Nesse lugar desviado da realidade, o mundo é o que decidimos escolher. Enxergar o que não se pode tocar. Negar o que é real. Ousar, avançar e cair no precipício. Asas do Ícaro que se derretem. Nada e tudo se fundem num devir do IN-REAL. Eu imagino o sorriso do Ícaro durante a sua queda” Yiuki Doi

“E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: “Esta vida, assim como tu a vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes; e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indizivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e seqüência – e do mesmo modo esta aranha e esta luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez – e tu com ela, poeirinha da poeira!” – Não se lançaria ao chão e rangerias os dentes e amaldiçarias o demônio que te falasse assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderias: “Tú es um deus, e nunca ouvi nada mais divino! Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse; a pergunta, diante de tudo e de cada coisa: “Quero isto ainda uma vez e ainda inúmeras vezes?” pensaria como o mais pesado dos pesos sobre teu agir! Ou então, como terias de ficar de bem contigo mesmo e com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação de chancela?”

Friedrich Nietzsche (1844-1900)

OBRAS INCOMPLETAS – Página 208
Seleção de textos de Gérald Lebrun
Tradução e notas de Rubens Rodrigues Torres Filho
Abril Cultura, 1983
Os Pensadores

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ocupar espaços x Abrir e construir espaços.

Outro dia tomando cerveja com o Deferson Melo, ele compartilhou um aprendizado que teve com um professor de butoh: Existe uma diferença entre ocupar espaços e abrir/construir espaços. Adorei essa dica! [ ]sss

Yiuki

O mais importante da foto…. Pierre Poulain

“… o mais importante da foto é o invisível: a emoção, o sentimento, a nostalgia, a harmonia”. Pierre Poulain

Eu já tinha compartilhado essa frase acima com vocês, mas somente com uma reflexão. Ainda não consigo entender a relação entre:

  • Oferecer imagem;
  • Oferecer metáfora;
  • Oferecer o invisível.

As vezes fico pensando demasiadamente. Rsss

Bjss e t daqui a pouco.

Yiuki

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Imaginação x Moral – Gaston Bachelard

des, gosto desse pensamento do Bachelard. É um dos motivos que imaginar é necessário numa sociedade. Também percebo que ela pode mover o ser humano mais do que a realidade. Afinal, sinto que entre sonho e realidade, existe um elo conector que é a imaginação. Não sou bom em referência e bibliografia*, mas sei que na infancia precisamos estimular a imaginação, depois, na adolescência, essas imagens precisam ser vivênciadas por esses futuros cidadões. Bom, esse pensamento possui relação com o questionamento nosso de para que serve a nossa arte nesse mundo? Por quê a poesia nos interessa como linguagem cênica? Tem um termo japonês que eu adoro: O inútil util. Para vocês faz sentido esse termo? Para mim faz muito sentido. Bjsss. Yiuki

“Os moralistas gostam de falar-nos da invenção em moral, como se a vida moral fosse obra da inteligência! Que nos falem antes do poder primitivo: a imaginação moral. É a imaginação que deve fornecer a linda das belas imagens ao longo da qual há de correr o esquema dinâmico que é o heroísmo. O exemplo constitui a própria causalidade moral. Porém, mais profundo ainda que os exemplos oferecidos pelos homens, é o exemplo fornecido pela natureza. A causa exemplar pode converter-se em causa substancial quando o ser humano se imagina de acordo com as forças do mundo. Quem tentar igualar sua vida à sua imaginação sentirá crescer em sí nobreza ao sonhar a substância que sobe, ao viver o elemento aéreo em sua ascensão.” Bachelard (Livro: O Ar e os Sonhos | capítulo: Os trabalhos de Robert Sesoille | Editora Martins Fontes | 1ª Ed. | P.112)

“O ser imaginante e o ser moral são muito mais solidários do que pensa a psicologia intelectualista, sempre pronta a considerar as imagens como alegorias. A imaginação, mais que a razão, é a força da unidade da alma humana. (Autor: Gaston Bachelard | Livro: O Ar e os Sonhos | capítulo: Nietzsche e o psiquismo ascensional | Editora Martins Fontes | 1ª Ed. | P.153)

“A imaginação, princípio primeiro de uma filosofia idealista, implica que se introduza o sujeito, todo o sujeito, em cada uma de suas imagens. Imaginar-se um mundo é tornar-se responsável, moralmente responsável, por esse mundo. Toda doutrina da causalidade imaginária é uma doutrina da responsabilidade.” Bachelard. (Livro: O ar e os sonhos, capítulo: A queda imaginária, página 93)

* Talvez Platão, na República… não sei… preciso pesquisar.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

buraco da fechadura

processo des - casa selvática
https://www.facebook.com/photo.php?v=2381132265602

Simulacro VII – “Primavera” de Botticelli

Viu a primeira planta na feira, entre legumes. Comprou, botou na janela. Uma alegria viva, porém sozinha.
Na semana seguinte comprou outra. Diferente, mais farta, não ocupava embora todo espaço do peitoril.
Seguidas vezes na feira comprou uma e outra planta. A casa habitava-se, sementes caindo dos vasos, germinando na poeira do chão, flores folhagens cipós estendendo raízes, formigas chegando pelas gretas, mal sobrando espaço para mover-se.
Fez-se primavera entre sala e cozinha. Corria o regato da banheira. Num suspiro, despiu-se, sentou-se na superfície esmaltada. Ao cabo de três dias esbranquiçaram afilados os dedos dos pés. Na manhã seguinte um caroço inchou a perna. Sete dias depois a pele luzidia rompeu-se em verde, primeira folha, enquanto brotos despontavam.
Estonteada em meio a clorofilas recostou a cabeça e adormeceu. O corpo ramejava.
A morada do ser – Marina Colasanti

Simulacro VI - respostas

Quais são minhas questões políticas, estéticas e poéticas???
Tentando responder essa pergunta feita pela Cintia, surgiram as seguintes palavras/respostas:
QUESTÕES POLÍTICAS:
  1. A artificialidade
  2. A superficialidade
  3. O endurecimento social
  4. O fake
  5. O simulacro
  6. A reprodutibilidade
  7. A desensibilização
  8. A desumanização
  9. A frieza do lar
QUESTÕES ESTÉTICAS:
  1. O artifício
  2. O plástico
  3. As super cores
  4. Os super cheiros
  5. Os super sons
  6. O virtual
  7. A ficção
  8. A natureza morta
  9. A modernidade
QUESTÕES POÉTICAS:
  1. A fragilidade
  2. A secura
  3. A dureza
  4. O quebradiço
  5. A vaidade
  6. A prisão
  7. O cotidiano
  8. A existência
  9. A experiência

sábado, 8 de setembro de 2012

Sombra, movimento, plasticidade, belo por belo…

des, no último laboratório na 5ª feira, após interagir com o espaço, assisti novamente o vídeo que fiz no dia 14 de Agosto de 2012 na Casa Selvática. Algo realmente é potente nesse vídeo... Ainda não sei o que é… Intuo que belo por belo possui uma capacidade de atrair, ater as pessoas. [ ] ssss Yiuki

terça-feira, 28 de agosto de 2012

memórias

memórias e descobertas - umas dança observada por um monóculo



relembrando

Resolvi revisitar algumas experiências da pesquisa.
da janela | Casa da Ju | Frio e chuva






súbita vontade

Hoje tomei banho com Ana Cañas.
Lembrem-se que os desafinados também tem um coração.
Pra você Peter


domingo, 26 de agosto de 2012

O que há de novo na modernidade

Para a des e especialmente para a Ju por trazer no seu discurso a tensão entre o artificial e o natural.
- uma reflexão sobre a ética moderna

Marx define o moderno pela abstração e pela dualidade (efêmero-eterno) da vida moderna. [...] apela constantemente para a natureza extraviada, perdida, quebrada pela cisão, pela cultura e pelo conhecimento, pelo poder que o homem ganha sobre ela e que faz o homem; natureza que o homem deverá reencontrar depois de tê-la metamorfoseado através da dura prova de abstração, levada ao extremo pela sociedade burguesa.
bjs da dire
Cintia

Varanda

des, compartilho a sensação que ficou no último laboratório na varanda da Casa Selvática.

Na varanda não há destino, cada pessoa abre o seu portal, é um espaço à parte do mundo. Ela fica na divisa entre o externo e o interno. Pisando nela, o tempo é a penumbra e pode ser recriado. Tudo se implode em si mesmo. Nesse lugar desviado da realidade, o mundo é o que decidimos escolher. Enxergar o que não se pode tocar. Negar o que é real. Ousar, avançar e cair no precipício. Asas do Ícaro que se derretem. Nada e tudo se fundem num devir do IN-REAL.

Yiuki Doi

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Balões para Bel

Bel, presenteio uma estampa de camisa que eu fiz quando estagiei numa fábrica de pijamas. A estampa foi inspirada no conto O Balão de Benny do Michael Code. Bom, como você tem trabalhado memórias na Casa Selvática resolvi compartilhar esse conto lindo contigo. Bjsss. Yiuki

Benny tinha setenta anos quando morreu subitamente de câncer, em Wilmette, Illionis. Como sua neta de dez anos, Rachel, nunca tivera oportunidade de dizer adeus, ela chorou durante vários dias. Mas depois de receber um grande balão vermelho em uma festa de aniversário, voltou para casa com uma idéia, uma carta para o vovô Benny, enviada para o céu em seu balão. A mãe de Rachel não teve coragem de dizer não e observou com lágrimas nos olhos o frágil balão subir por entre as árvores que cercavam o jardim e desaparecer. Dois meses depois, Rachel recebeu esta carta com carimbo do correio de uma cidade a 900 quilômetros de distância, na Pensilvânia: "Querida Rachel, Vovô Benny recebeu a sua carta. Ele realmente a adorou. Por favor, entenda que coisas materiais não podem ficar no céu, por isso tiveram que mandar o balão de volta para a Terra, eles só guardam os pensamentos, as lembranças, o amor e coisas desse tipo no céu. Rachel, sempre que você pensar no vovô Benny, ele saberá e estará muito perto, com um amor enorme por você. Sinceramente, Bob Anderson (também um vovô)"

(Autor: Michael Cody)

Extraído do livro "Histórias para Aquecer o Coração"

meninas e balões

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Simulacro IV - contribuições

IMG_1126
Pé de Ju - planta originária do Oriente médio, adapta-se com facilidade em clima tropical e dá flores rosas graúdas com frutos avermelhados, pequenos e adocicados porém com um toque cítrico. Não comestíveis para humanos mas bom alimento para os pássaros e insetos. Suas folhas são longas, longilíneas, brilhantes e lisas. Uma bela planta e muito resistente a tempo impetuoso. Boa companhia para pessoas inseguras.
Ju Alves

Simulacro III - conceitos

Simular: fazer de conta, fingir, aparentar. Verbo do qual se deriva o conceito de simulacro, fundamental à análise de certas características de nossa modernidade tardia. Assim, o que se veio afirmando até aqui foi que os meios de comunicação constroem, atualmente, simulacros da realidade, através de imagens que intentam não só representar o mundo, mas, quase num passe de mágica, substituí-lo. O simulacro, pois, é colocado no lugar da própria coisa, repousando, sua aparente vantagem, no fato de possuir mais atrativos do que ela.
João Francisco Duarte Jr.
a realidade passa a ser secundária em relação à imagem que a reconstitui enquanto simulação. A experiência é de uma irrealidade vertiginosa que nem sequer chegamos a admitir. (…) O que importa é a transformação do acontecimento em imagens, assim como a presença das câmaras de televisão pela cidade reconhece fatos e testemunhos … conferindo-lhes uma hiper-realidade que, na tela, é incontestável. O prestígio da imagem significa que substituímos a experiência por representações.
Eduardo Neiva Jr.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Simulacro II - imagens

Simulacro I

Textos do ensaio do dia 09/08:
Lembrei que quando eu era criança, passeava pelo jardim da casa da minha avó comendo flores. Os beijinhos eram as flores que eu mais gostava, pois suas pétalas eram suaves e macias. Também gostava muito daquelas amarelinhas bem pequenas, porque cabiam várias na boca de uma vez só. Um dia comi um copo de leite quase morri. Então tomei um copo de leite e fui salva.
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Uma mulher no jardim com os pés enterrados na terra. Um corpo planta formado por uma rede de veias e artérias que recebem seiva e sol. Plantas de plástico representam a vida que se perdeu, natureza morta (as flores de plástico não morrem?). Simulação de cores e cheiros, de texturas e sabores. Simulação da experiência do real. Em quem ou o quê devo acreditar?
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Uma mulher perfumada. Burrifadores de Glade nos muros do jardim infestam o ar com aroma de alfazema. Um pássaro de plástico pousa no dedo da mulher e canta. Um canto que sai de uma caixa de som ruidosa instalada em algum lugar. Refletor de luz aquecendo o corpo da mulher com seus raios de sol. Um gato e um cogumelo de gesso enfeitam o lugar. O jardim se enche de vida!!!
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Amaciante de flores do campo. Tempero artificial sabor galinha. Detergente de maçã. Suco em pó de graviola. Perfex com cheirinho de limão. Sabão de côco. Desinfetante de pinho. Batata frita sabor churrasco. Sabonete de alecrim. Bolachas amanteigadas sabor artificial de nata. (…)
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Na cozinha há frutas e bebidas sobre a mesa. Pétalas de flores do campo lavam o chão, caídas dos azulejos das paredes. Borboletas das mais lindas cores preenchem o lugar. A mulher come pétalas de flores sobre um prato florido enquanto assiste o noticiário na TV. E dança. Dança as flores, as frutas, o noticiário e a borboleta. E começa a duvidar que existe de verdade.
DSCI1038

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Um Banho com Nando Reis.

o que me diz o banheiro?
entrei nesse comodo hoje para ver o que ele me dizia… nada não me diz nada, é um comodo tão comum que não me vem nada, então sento na banheira e fico olhando, ainda muito comum ocopar a banheira, o meu olho alcança o box… uma vontadezinha se acende me encaminho até ele e penso como seria DANÇAR naquele espaço tão pequeno.
não tem um chuveiro, isso já me interessa, entro e vejo o que acontece com um MP3 nos ouvidos bem alto canto e danço como se etivesse sozinho naquele lugar.
o que te passa?

posto então esse video para começar uma ideia. ( com participação da Isabel Carolina…. a Bel )

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Rotina

O que a rotina pode trazer de poético, seja melancórico ou alegre. Hoje na casa selvática interagi com o espaço (quartos e banheiro) escutando a música abaixo:

A noite recordei um episódio de algumas semanas atrás:

TETO BRANCO
Deitei na cama e vi o teto branco.
Levei um susto. Como tinha esquecido dele?
Off no computador, desligo a luz, entro na cama.
O despertador toca, pego a toalha, um banho.
Uma soneca de tarde. Penso, preciso trabalhar...
Ficar de bobeira na cama é raro.
Um livro sempre é uma boa companhia.
Sei, a solidão faz ocupar o tempo.
E quando a melancolia me toma,
Prefiro estar de bruços e olhos fechados.
Deitei na cama e reparei no teto branco.
Há quanto tempo não sinto essa brancura?

Yiuki Doi

LETRA DA MÚSICA:
Perspective (Yellow Magic Orchestra)

Every day I open the window
Every day I brush my teeth
Every day I read the paper
Every day I see your face

In the gleam of a brilliant twilight
I see people torn apart
From each other
Maybe that's their way of life

Every day I ride in cars
Every day I watch TV
Every day I write my diary
Every day I go to sleep

In the gleam of a brilliant twilight
I see people torn apart
From each other
Maybe that's their way of life

Every day I open the window
Every day I brush my teeth
Every day I read the paper
Every day I see your face

Every day I ride in cars
Every day I watch TV
Every day I write my diary
Every day I go to sleep

Proposta Peter e Bel

vídeo proposta fio

Hoje eu cheguei na casa sem alguma proposta, o Peter me chamou para fazer um exercício com um fio de lã que ele havia falado no ensaio passado.

Escolhemos o comodo mais quente, o único que pegava sol. A proposta era: Com um único novelo de lã construimos um espaço, nos revesamos e cada um fazia um caminho até o final do novelo que é azul. Depois do espaço construido passeamos por ele no intuito de acordar o olhar, depois fotografamos lugares e desenhos que nos interessaram, pensamos em colocar bilhetes com pequenas procações para que um futuro público possa percorrer esse espaço e se propor a ações que também pensamos e por fim eu filmei o Peter desfazendo essa trama. Pensamos depois em editar para usar a idéia do reverso inspirado nov vídeo do Alexandro Nero e da Ju no espetáculo feche os olhos para Olhar.

Ainda no nosso atual casulo estamos aqui esperando o vídeo carregar e vamos postar as fotos com participação especial da mosca modelo que pousou hoje na nossa criação.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Tarefa de férias

A des fez uma folga de uma semana, de 14 à 22 de julho, para descando. Porém, com o intuito de não nos afastarmos do processo de criação do novo espetáculo, decidimos elaborar uma tarefa para ser realizada no período de distância:

- Escolher um cômodo dentro de casa e “visitá-lo” todos os dias durante uma semana, brincando com a permanência, criando situações, acordando o espaço, descobrindo interesses e estabelecendo relações de descondicionamento do olhar.

Eu fiz a tarefa em um rancho dos parentes do meu marido, Alexandre, em Ribeirão Preto. Escolhi o banheiro, principalmente pela falta de privacidade, e consegui realizar o exercício somente 4 dias. Gosto de pensar no espaço se revelando para mim com a permanência. Quanto mais eu fico no ambiente, mais ele se mostra. Escolho investir em uma ideia mais pontual: os azulejos de flores. Penso em questões como simulacro, natural x artificial e imaginário. Alguns resultados:

Por que a beleza importa?

Por Roger Scruton

des, recebi esse vídeo da nossa amiga Patrícia Muller. Fiquei em dúvida se postaria ou não no nosso blog, mas como possui relação com a postagem “ode à beleza” da Juliana Adur, eu resolvi compartilhar. Nesse documentário há comentário sobre a relação funcionalista e estética na arquitetura do século XX também. Na verdade, sinto o Roger Scruton apolíneo demasiadamente, eu particularmente gosto de ser dionisíaco também. Bom, é uma hora de documentário, então é legal ver quando tiver tempo. Abraços.

p.s. Outro dia vi um anime chamado The Sky Crawlers, uma coisa incrível desse filme é a beleza das imagens – ela me hipinotiza enquanto vejo o anime.

ode à beleza

Citações lidas no ensaio da des, retiradas do livro “O sentido dos sentidos – a educação do sensível” de João Francisco Duarte Júnior
“em meu próprio campo observo… que hoje o inconsciente mais significativo, o fator que é o mais importante, porém menos reconhecido no trabalho de nossa cultura psicológica poderia ser definido como ‘beleza’, pois é isso o que é ignorado, omitido, ausente. O reprimido, portanto, não é o que habitualmente supomos: violência, misoginia, sexualidade, infância, emoções e sentimentos ou até mesmo o espírito, que recebe seu tratamento nas práticas de meditação. Não, o reprimido hoje é a beleza.”
“Queremos o mundo porque ele é bonito, seus sons, seus cheiros e suas texturas, a presença sensorial do mundo como um corpo. Resumindo, por baixo da crise ecológica está a crise mais profunda do amor: que nosso amor tenha abandonado o mundo, que o mundo esteja desamado, é o resultado direto da repressão da beleza, de sua beleza e de nossa sensibilidade para ela. Para que o amor retorne ao mundo, é preciso, primeiramente, que a beleza retorne, ou estaremos amando o mundo só como uma obrigação moral. (…) A beleza antes do amor também está de acordo com a experiência demasiado humana de sermos levados ao amor pelo encantamento da beleza.”
James Hillman – Cidade e Alma

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Soma de imagens…

des, as vezes fico somando imagens na minha cabeça, é uma forma de criar, organizar e brincar que utilizo. Compreendo a questão experimental, fenomenológica com o espaço que conversamos no último encontro. Mas, sei lá, acho que pode surgir algo nessa matemática:

Imagem 1 + Imagem 2 + Imagem 3 + Dança + Experimento = Alguma coisa

 


Imagem 1

Como eu estendia roupa quando morava numa kitnet em Sampa. Yiuki

varanda


Imagem 2

Imagem que encontrei num site sobre iluminação que às vezes pesquiso.


Imagem 3

Foto que a Bel me passou ano passado ;)

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domingo, 22 de julho de 2012

sobre processo de criação

gente, esse blog é muito bom
Aí vai um texto extraído desse blog para refletirmos um pouco sobre nosso procedimento criativo.

José Régio e a pintura – do blog CyberCultura e Democracia Online
J Francisco Saraiva de Sousa
[...] a pintura realista no "sentido de fotográfica" perdeu a sua razão de ser quando os vanguardistas descobriram que o homem «nada pode ver senão através de si», isto é, que ele «não pode exprimir senão exprimindo-se». A arte é precisamente esta expressão de si do artista e do seu mundo interior.
A partir do momento em que se libertou do ideal da pintura realista, o pintor moderno - Cézanne, por exemplo - abriu novos mundos - uns sonhados, outros nem sequer sonhados - ao mundo já-existente, atendendo menos à memória do que à imaginação - a transposição estética de João Gaspar Simões! - que desfigura, transfigura e reconfigura livremente os dados fornecidos pela primeira, de modo a descobrir novas possibilidades de existência. O repúdio pelo mecanismo fotográfico leva José Régio a substituir o conceito de imitação, consagrado pela estética de Aristóteles, pelo conceito de expressão. Ora, se a arte moderna é a expressão do mundo interior de uma individualidade artística, então a relação triangular entre o artista, a obra e o seu público altera-se substancialmente: a tendência para rever num quadro qualquer coisa já vista continua a ser mais ou menos satisfeita, desde que o artista e os espectadores tenham consciência de que é «a animação das formas, o interior das coisas, que gera o momento de arte». A arte moderna age formando uma nova sensibilidade estética: «só pela sua intimidade com o mundo exterior o essencial desse mundo» se revela ao artista e ao público da sua obra, e «só por meio do seu próprio mundo interior» podem eles atingir tal intimidade. Esta intimidade com o mundo exterior até pode ser uma ilusão do artista, na medida em que ele pode ser levado a ver nas coisas e nos seres o que lhes fornece, mas, mesmo neste caso, «nenhuma ilusão tem mais o direito a ser tratada como verdade»: «o pintor moderno escolhe de entre o incomensurável jogo de linhas, formas e cores que se lhe oferecem aos olhos, as linhas, formas e cores que lhe sejam mais simpáticas. Assim arremeda, inventa, deforma, re-cria, descobre a realidade - vendo-a conforme lhe for mais natural vê-la, concebendo-a conforme lhe for mais próprio concebê-la: Uns sobretudo com a sua inteligência, outros sobretudo com a sua sensibilidade, outros igualmente com uma e outra».
«Toda a obra de arte apresenta um duplo carácter em indissolúvel unidade: é expressão da realidade, mas ao mesmo tempo cria a realidade, uma realidade que não existe fora da obra ou antes da obra, mas precisamente apenas na obra» ( Karel Kosik)

beijos
Cintia

A Poética da Casa - Gaston Bachelard

Oi des,
mais uma fonte de inspiração. "A Poética do Espaço" de Gaston Bachelard tem muito material inspirador para a nossa pesquisa. Aí vai um pouco:

«A casa é uma das maiores forças de integração para os pensamentos, as lembranças e os sonhos do homem. Nessa integração, o princípio de ligação é o devaneio. (...) Sem ela, o homem seria um ser disperso. Ela mantém o homem através das tempestades do céu e das tempestades da vida. É corpo e é alma. É o primeiro mundo do ser humano. Antes de ser "jogado no mundo" (...), o homem é colocado no berço da casa.» (Gaston Bachelard)

tem muito mais
beijos
Cintia

sexta-feira, 20 de julho de 2012

viagem surrealista - Magritte

Oi des,
uma inspirada provocação da perspectiva do olhar. Vale a pena investir em Magritte. 


A exposição Magritte and Contemporary Art no LACMA (Los Angeles County Museum of Art), apresentou uma grande retrospectiva das obras do pintor belga René François Ghislain Magritte (1898-1967). Foi uma verdadeira viagem por este universo surrealista, pois até mesmo na decoração e montagem dos ambientes houve preocupação em reproduzir ícones da obra deste grande artista, tais como o céu de nuvens (que está em todo o carpete) ou as portas recortadas. Os seguranças do museu estavam uniformizados com chapéus coco. (Nota 1)


Magritte iniciou suas atividades artísticas em 1916, quando ingressou na Académie Royale des Beaux-Arts, em Bruxelas. Dez anos depois, influenciado pelo italiano Giorgio de Chirico, fundou com Paul Devaux o Surrealismo Belga – título por ele questionado inúmeras vezes. Em seus trabalhos deste período inicial inseria objetos comuns num contexto de palavras e frases contraditórias para provocar inquietação – “Ceci nést pas une pipe” marcou história. (Nota 2).


O Surrealismo foi um movimento fundado em Paris em 1924, pelo escritor André Breton, idealizado com bases nas teorias da percepção de Freud, da psicanálise e no conceito de resolver as contradições entre o sonho e a realidade. Seu intuito era provocar as pessoas a enxergar a falsa racionalidade que existe nos costumes sociais.
Em 1927 Magritte muda-se para Paris, tornando-se grande amigo de Breton (posteriormente rejeitado), além do poeta Paul Éluard e do pintor Marcel Duchamp (of course, apesar do rompimento com o Dadaísmo).



beijos e boa pesquisa
Cintia

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Comercial da IKEA

des, acho super divertido esse comercial. Um simples transportar objetos já pode ser cênico e descondicionar o olhar. Yiuki

terça-feira, 10 de julho de 2012

re...pe...tir

o que fica...
   ... na repetição???
??? um rastro de coisas que tento atingir.

o que deixo no espaço com a repetição que proponho???

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Recomeçar o Olhar

É como o despertar de um sono bem profundo. Onde ficaram meus olhos nesses últimos tempos? Marca de suor da testa na marca de sol do linóleo. Fios que insistem em se desprender da cabeça. Um verde bem verde da única planta viva em meio aos prédios de concreto. Onde mesmo estavam os meus olhos? E se os outros não puderem ver aquilo que vejo agora? Há muito o que (re)descobrir ainda. É preciso colocar lentes de pássaro para ir mais fundo nas cores e nas formas. As sutilezas me emocionam todo o tempo. O Tempo modifica o meu Olhar. Mas ainda é muito lento o processo de regressar. Como uma ginástica da visão, é necessário exercitar sempre. Piscar. Piscar bem forte e ainda mais uma vez para enxergar de Novo. O novo envolto nas aparências de todas as coisas.
DSCI0012

quarta-feira, 4 de julho de 2012

O PROJETO

O projeto prevê ações poéticas numa casa e explorar processos de criação inovadores a partir da percepção do olhar. A pesquisa propõe uma obra inédita e não convencional e que provoquem no espectador uma reflexão a respeito das relações desse olhar com a paisagem e com o outro. As explanações  sobre  o  olhar  estético  e  sobre  o  descondicionamento  do  olhar  da  psicóloga  Andréa Vieira  Zanella,  bem  como  o  pensamento  fenomenológico  de  Merleau-Ponty  e  Deleuze  servirão como  instrumentos  de  pesquisa  e  como  mediação  entre  a  teoria  e  a  prática  investigativa  da Companhia.  Segundo  Zanella,  um  olhar  estético  é  “um  olhar  mais  livre  na  sua  apreensão significativa  do  mundo,  pois  busca  outros  ângulos  de  leitura,  não  para  ver  o  objeto  em  sua  pré-suposta  verdade,  mas  procurando,  na  relação  estética  com  ele  estabelecida,  produzir  novos sentidos para a configuração de realidades”.

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terça-feira, 3 de julho de 2012

Uso dos marcadores

Aberto o blog para a nossa pesquisa. Os "marcadores" padrões iniciais serão:

  • Processos
  • Textos curtos
  • Textos longos
  • Vídeos
  • Imagens e Simbologias
  • Músicas
  • Iluminação

Favor usar os marcadores acimas, se precisar criar novos marcadores conforme as necessidades é bem vindo também.

Abraços.

Yiuki Doi