Espaço de discussão e reflexão sobre a experiência do olhar e suas reverberações no corpo na construção/remontagem do espetáculo exposição "IN-REAL acontecimentos poéticos" da desCompanhia de dança.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Tarefa de férias

A des fez uma folga de uma semana, de 14 à 22 de julho, para descando. Porém, com o intuito de não nos afastarmos do processo de criação do novo espetáculo, decidimos elaborar uma tarefa para ser realizada no período de distância:

- Escolher um cômodo dentro de casa e “visitá-lo” todos os dias durante uma semana, brincando com a permanência, criando situações, acordando o espaço, descobrindo interesses e estabelecendo relações de descondicionamento do olhar.

Eu fiz a tarefa em um rancho dos parentes do meu marido, Alexandre, em Ribeirão Preto. Escolhi o banheiro, principalmente pela falta de privacidade, e consegui realizar o exercício somente 4 dias. Gosto de pensar no espaço se revelando para mim com a permanência. Quanto mais eu fico no ambiente, mais ele se mostra. Escolho investir em uma ideia mais pontual: os azulejos de flores. Penso em questões como simulacro, natural x artificial e imaginário. Alguns resultados:

Por que a beleza importa?

Por Roger Scruton

des, recebi esse vídeo da nossa amiga Patrícia Muller. Fiquei em dúvida se postaria ou não no nosso blog, mas como possui relação com a postagem “ode à beleza” da Juliana Adur, eu resolvi compartilhar. Nesse documentário há comentário sobre a relação funcionalista e estética na arquitetura do século XX também. Na verdade, sinto o Roger Scruton apolíneo demasiadamente, eu particularmente gosto de ser dionisíaco também. Bom, é uma hora de documentário, então é legal ver quando tiver tempo. Abraços.

p.s. Outro dia vi um anime chamado The Sky Crawlers, uma coisa incrível desse filme é a beleza das imagens – ela me hipinotiza enquanto vejo o anime.

ode à beleza

Citações lidas no ensaio da des, retiradas do livro “O sentido dos sentidos – a educação do sensível” de João Francisco Duarte Júnior
“em meu próprio campo observo… que hoje o inconsciente mais significativo, o fator que é o mais importante, porém menos reconhecido no trabalho de nossa cultura psicológica poderia ser definido como ‘beleza’, pois é isso o que é ignorado, omitido, ausente. O reprimido, portanto, não é o que habitualmente supomos: violência, misoginia, sexualidade, infância, emoções e sentimentos ou até mesmo o espírito, que recebe seu tratamento nas práticas de meditação. Não, o reprimido hoje é a beleza.”
“Queremos o mundo porque ele é bonito, seus sons, seus cheiros e suas texturas, a presença sensorial do mundo como um corpo. Resumindo, por baixo da crise ecológica está a crise mais profunda do amor: que nosso amor tenha abandonado o mundo, que o mundo esteja desamado, é o resultado direto da repressão da beleza, de sua beleza e de nossa sensibilidade para ela. Para que o amor retorne ao mundo, é preciso, primeiramente, que a beleza retorne, ou estaremos amando o mundo só como uma obrigação moral. (…) A beleza antes do amor também está de acordo com a experiência demasiado humana de sermos levados ao amor pelo encantamento da beleza.”
James Hillman – Cidade e Alma

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Soma de imagens…

des, as vezes fico somando imagens na minha cabeça, é uma forma de criar, organizar e brincar que utilizo. Compreendo a questão experimental, fenomenológica com o espaço que conversamos no último encontro. Mas, sei lá, acho que pode surgir algo nessa matemática:

Imagem 1 + Imagem 2 + Imagem 3 + Dança + Experimento = Alguma coisa

 


Imagem 1

Como eu estendia roupa quando morava numa kitnet em Sampa. Yiuki

varanda


Imagem 2

Imagem que encontrei num site sobre iluminação que às vezes pesquiso.


Imagem 3

Foto que a Bel me passou ano passado ;)

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domingo, 22 de julho de 2012

sobre processo de criação

gente, esse blog é muito bom
Aí vai um texto extraído desse blog para refletirmos um pouco sobre nosso procedimento criativo.

José Régio e a pintura – do blog CyberCultura e Democracia Online
J Francisco Saraiva de Sousa
[...] a pintura realista no "sentido de fotográfica" perdeu a sua razão de ser quando os vanguardistas descobriram que o homem «nada pode ver senão através de si», isto é, que ele «não pode exprimir senão exprimindo-se». A arte é precisamente esta expressão de si do artista e do seu mundo interior.
A partir do momento em que se libertou do ideal da pintura realista, o pintor moderno - Cézanne, por exemplo - abriu novos mundos - uns sonhados, outros nem sequer sonhados - ao mundo já-existente, atendendo menos à memória do que à imaginação - a transposição estética de João Gaspar Simões! - que desfigura, transfigura e reconfigura livremente os dados fornecidos pela primeira, de modo a descobrir novas possibilidades de existência. O repúdio pelo mecanismo fotográfico leva José Régio a substituir o conceito de imitação, consagrado pela estética de Aristóteles, pelo conceito de expressão. Ora, se a arte moderna é a expressão do mundo interior de uma individualidade artística, então a relação triangular entre o artista, a obra e o seu público altera-se substancialmente: a tendência para rever num quadro qualquer coisa já vista continua a ser mais ou menos satisfeita, desde que o artista e os espectadores tenham consciência de que é «a animação das formas, o interior das coisas, que gera o momento de arte». A arte moderna age formando uma nova sensibilidade estética: «só pela sua intimidade com o mundo exterior o essencial desse mundo» se revela ao artista e ao público da sua obra, e «só por meio do seu próprio mundo interior» podem eles atingir tal intimidade. Esta intimidade com o mundo exterior até pode ser uma ilusão do artista, na medida em que ele pode ser levado a ver nas coisas e nos seres o que lhes fornece, mas, mesmo neste caso, «nenhuma ilusão tem mais o direito a ser tratada como verdade»: «o pintor moderno escolhe de entre o incomensurável jogo de linhas, formas e cores que se lhe oferecem aos olhos, as linhas, formas e cores que lhe sejam mais simpáticas. Assim arremeda, inventa, deforma, re-cria, descobre a realidade - vendo-a conforme lhe for mais natural vê-la, concebendo-a conforme lhe for mais próprio concebê-la: Uns sobretudo com a sua inteligência, outros sobretudo com a sua sensibilidade, outros igualmente com uma e outra».
«Toda a obra de arte apresenta um duplo carácter em indissolúvel unidade: é expressão da realidade, mas ao mesmo tempo cria a realidade, uma realidade que não existe fora da obra ou antes da obra, mas precisamente apenas na obra» ( Karel Kosik)

beijos
Cintia

A Poética da Casa - Gaston Bachelard

Oi des,
mais uma fonte de inspiração. "A Poética do Espaço" de Gaston Bachelard tem muito material inspirador para a nossa pesquisa. Aí vai um pouco:

«A casa é uma das maiores forças de integração para os pensamentos, as lembranças e os sonhos do homem. Nessa integração, o princípio de ligação é o devaneio. (...) Sem ela, o homem seria um ser disperso. Ela mantém o homem através das tempestades do céu e das tempestades da vida. É corpo e é alma. É o primeiro mundo do ser humano. Antes de ser "jogado no mundo" (...), o homem é colocado no berço da casa.» (Gaston Bachelard)

tem muito mais
beijos
Cintia

sexta-feira, 20 de julho de 2012

viagem surrealista - Magritte

Oi des,
uma inspirada provocação da perspectiva do olhar. Vale a pena investir em Magritte. 


A exposição Magritte and Contemporary Art no LACMA (Los Angeles County Museum of Art), apresentou uma grande retrospectiva das obras do pintor belga René François Ghislain Magritte (1898-1967). Foi uma verdadeira viagem por este universo surrealista, pois até mesmo na decoração e montagem dos ambientes houve preocupação em reproduzir ícones da obra deste grande artista, tais como o céu de nuvens (que está em todo o carpete) ou as portas recortadas. Os seguranças do museu estavam uniformizados com chapéus coco. (Nota 1)


Magritte iniciou suas atividades artísticas em 1916, quando ingressou na Académie Royale des Beaux-Arts, em Bruxelas. Dez anos depois, influenciado pelo italiano Giorgio de Chirico, fundou com Paul Devaux o Surrealismo Belga – título por ele questionado inúmeras vezes. Em seus trabalhos deste período inicial inseria objetos comuns num contexto de palavras e frases contraditórias para provocar inquietação – “Ceci nést pas une pipe” marcou história. (Nota 2).


O Surrealismo foi um movimento fundado em Paris em 1924, pelo escritor André Breton, idealizado com bases nas teorias da percepção de Freud, da psicanálise e no conceito de resolver as contradições entre o sonho e a realidade. Seu intuito era provocar as pessoas a enxergar a falsa racionalidade que existe nos costumes sociais.
Em 1927 Magritte muda-se para Paris, tornando-se grande amigo de Breton (posteriormente rejeitado), além do poeta Paul Éluard e do pintor Marcel Duchamp (of course, apesar do rompimento com o Dadaísmo).



beijos e boa pesquisa
Cintia

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Comercial da IKEA

des, acho super divertido esse comercial. Um simples transportar objetos já pode ser cênico e descondicionar o olhar. Yiuki

terça-feira, 10 de julho de 2012

re...pe...tir

o que fica...
   ... na repetição???
??? um rastro de coisas que tento atingir.

o que deixo no espaço com a repetição que proponho???

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Recomeçar o Olhar

É como o despertar de um sono bem profundo. Onde ficaram meus olhos nesses últimos tempos? Marca de suor da testa na marca de sol do linóleo. Fios que insistem em se desprender da cabeça. Um verde bem verde da única planta viva em meio aos prédios de concreto. Onde mesmo estavam os meus olhos? E se os outros não puderem ver aquilo que vejo agora? Há muito o que (re)descobrir ainda. É preciso colocar lentes de pássaro para ir mais fundo nas cores e nas formas. As sutilezas me emocionam todo o tempo. O Tempo modifica o meu Olhar. Mas ainda é muito lento o processo de regressar. Como uma ginástica da visão, é necessário exercitar sempre. Piscar. Piscar bem forte e ainda mais uma vez para enxergar de Novo. O novo envolto nas aparências de todas as coisas.
DSCI0012

quarta-feira, 4 de julho de 2012

O PROJETO

O projeto prevê ações poéticas numa casa e explorar processos de criação inovadores a partir da percepção do olhar. A pesquisa propõe uma obra inédita e não convencional e que provoquem no espectador uma reflexão a respeito das relações desse olhar com a paisagem e com o outro. As explanações  sobre  o  olhar  estético  e  sobre  o  descondicionamento  do  olhar  da  psicóloga  Andréa Vieira  Zanella,  bem  como  o  pensamento  fenomenológico  de  Merleau-Ponty  e  Deleuze  servirão como  instrumentos  de  pesquisa  e  como  mediação  entre  a  teoria  e  a  prática  investigativa  da Companhia.  Segundo  Zanella,  um  olhar  estético  é  “um  olhar  mais  livre  na  sua  apreensão significativa  do  mundo,  pois  busca  outros  ângulos  de  leitura,  não  para  ver  o  objeto  em  sua  pré-suposta  verdade,  mas  procurando,  na  relação  estética  com  ele  estabelecida,  produzir  novos sentidos para a configuração de realidades”.

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terça-feira, 3 de julho de 2012

Uso dos marcadores

Aberto o blog para a nossa pesquisa. Os "marcadores" padrões iniciais serão:

  • Processos
  • Textos curtos
  • Textos longos
  • Vídeos
  • Imagens e Simbologias
  • Músicas
  • Iluminação

Favor usar os marcadores acimas, se precisar criar novos marcadores conforme as necessidades é bem vindo também.

Abraços.

Yiuki Doi