Espaço de discussão e reflexão sobre a experiência do olhar e suas reverberações no corpo na construção/remontagem do espetáculo exposição "IN-REAL acontecimentos poéticos" da desCompanhia de dança.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

memórias

memórias e descobertas - umas dança observada por um monóculo



relembrando

Resolvi revisitar algumas experiências da pesquisa.
da janela | Casa da Ju | Frio e chuva






súbita vontade

Hoje tomei banho com Ana Cañas.
Lembrem-se que os desafinados também tem um coração.
Pra você Peter


domingo, 26 de agosto de 2012

O que há de novo na modernidade

Para a des e especialmente para a Ju por trazer no seu discurso a tensão entre o artificial e o natural.
- uma reflexão sobre a ética moderna

Marx define o moderno pela abstração e pela dualidade (efêmero-eterno) da vida moderna. [...] apela constantemente para a natureza extraviada, perdida, quebrada pela cisão, pela cultura e pelo conhecimento, pelo poder que o homem ganha sobre ela e que faz o homem; natureza que o homem deverá reencontrar depois de tê-la metamorfoseado através da dura prova de abstração, levada ao extremo pela sociedade burguesa.
bjs da dire
Cintia

Varanda

des, compartilho a sensação que ficou no último laboratório na varanda da Casa Selvática.

Na varanda não há destino, cada pessoa abre o seu portal, é um espaço à parte do mundo. Ela fica na divisa entre o externo e o interno. Pisando nela, o tempo é a penumbra e pode ser recriado. Tudo se implode em si mesmo. Nesse lugar desviado da realidade, o mundo é o que decidimos escolher. Enxergar o que não se pode tocar. Negar o que é real. Ousar, avançar e cair no precipício. Asas do Ícaro que se derretem. Nada e tudo se fundem num devir do IN-REAL.

Yiuki Doi

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Balões para Bel

Bel, presenteio uma estampa de camisa que eu fiz quando estagiei numa fábrica de pijamas. A estampa foi inspirada no conto O Balão de Benny do Michael Code. Bom, como você tem trabalhado memórias na Casa Selvática resolvi compartilhar esse conto lindo contigo. Bjsss. Yiuki

Benny tinha setenta anos quando morreu subitamente de câncer, em Wilmette, Illionis. Como sua neta de dez anos, Rachel, nunca tivera oportunidade de dizer adeus, ela chorou durante vários dias. Mas depois de receber um grande balão vermelho em uma festa de aniversário, voltou para casa com uma idéia, uma carta para o vovô Benny, enviada para o céu em seu balão. A mãe de Rachel não teve coragem de dizer não e observou com lágrimas nos olhos o frágil balão subir por entre as árvores que cercavam o jardim e desaparecer. Dois meses depois, Rachel recebeu esta carta com carimbo do correio de uma cidade a 900 quilômetros de distância, na Pensilvânia: "Querida Rachel, Vovô Benny recebeu a sua carta. Ele realmente a adorou. Por favor, entenda que coisas materiais não podem ficar no céu, por isso tiveram que mandar o balão de volta para a Terra, eles só guardam os pensamentos, as lembranças, o amor e coisas desse tipo no céu. Rachel, sempre que você pensar no vovô Benny, ele saberá e estará muito perto, com um amor enorme por você. Sinceramente, Bob Anderson (também um vovô)"

(Autor: Michael Cody)

Extraído do livro "Histórias para Aquecer o Coração"

meninas e balões

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Simulacro IV - contribuições

IMG_1126
Pé de Ju - planta originária do Oriente médio, adapta-se com facilidade em clima tropical e dá flores rosas graúdas com frutos avermelhados, pequenos e adocicados porém com um toque cítrico. Não comestíveis para humanos mas bom alimento para os pássaros e insetos. Suas folhas são longas, longilíneas, brilhantes e lisas. Uma bela planta e muito resistente a tempo impetuoso. Boa companhia para pessoas inseguras.
Ju Alves

Simulacro III - conceitos

Simular: fazer de conta, fingir, aparentar. Verbo do qual se deriva o conceito de simulacro, fundamental à análise de certas características de nossa modernidade tardia. Assim, o que se veio afirmando até aqui foi que os meios de comunicação constroem, atualmente, simulacros da realidade, através de imagens que intentam não só representar o mundo, mas, quase num passe de mágica, substituí-lo. O simulacro, pois, é colocado no lugar da própria coisa, repousando, sua aparente vantagem, no fato de possuir mais atrativos do que ela.
João Francisco Duarte Jr.
a realidade passa a ser secundária em relação à imagem que a reconstitui enquanto simulação. A experiência é de uma irrealidade vertiginosa que nem sequer chegamos a admitir. (…) O que importa é a transformação do acontecimento em imagens, assim como a presença das câmaras de televisão pela cidade reconhece fatos e testemunhos … conferindo-lhes uma hiper-realidade que, na tela, é incontestável. O prestígio da imagem significa que substituímos a experiência por representações.
Eduardo Neiva Jr.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Simulacro II - imagens

Simulacro I

Textos do ensaio do dia 09/08:
Lembrei que quando eu era criança, passeava pelo jardim da casa da minha avó comendo flores. Os beijinhos eram as flores que eu mais gostava, pois suas pétalas eram suaves e macias. Também gostava muito daquelas amarelinhas bem pequenas, porque cabiam várias na boca de uma vez só. Um dia comi um copo de leite quase morri. Então tomei um copo de leite e fui salva.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Uma mulher no jardim com os pés enterrados na terra. Um corpo planta formado por uma rede de veias e artérias que recebem seiva e sol. Plantas de plástico representam a vida que se perdeu, natureza morta (as flores de plástico não morrem?). Simulação de cores e cheiros, de texturas e sabores. Simulação da experiência do real. Em quem ou o quê devo acreditar?
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Uma mulher perfumada. Burrifadores de Glade nos muros do jardim infestam o ar com aroma de alfazema. Um pássaro de plástico pousa no dedo da mulher e canta. Um canto que sai de uma caixa de som ruidosa instalada em algum lugar. Refletor de luz aquecendo o corpo da mulher com seus raios de sol. Um gato e um cogumelo de gesso enfeitam o lugar. O jardim se enche de vida!!!
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Amaciante de flores do campo. Tempero artificial sabor galinha. Detergente de maçã. Suco em pó de graviola. Perfex com cheirinho de limão. Sabão de côco. Desinfetante de pinho. Batata frita sabor churrasco. Sabonete de alecrim. Bolachas amanteigadas sabor artificial de nata. (…)
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Na cozinha há frutas e bebidas sobre a mesa. Pétalas de flores do campo lavam o chão, caídas dos azulejos das paredes. Borboletas das mais lindas cores preenchem o lugar. A mulher come pétalas de flores sobre um prato florido enquanto assiste o noticiário na TV. E dança. Dança as flores, as frutas, o noticiário e a borboleta. E começa a duvidar que existe de verdade.
DSCI1038

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Um Banho com Nando Reis.

o que me diz o banheiro?
entrei nesse comodo hoje para ver o que ele me dizia… nada não me diz nada, é um comodo tão comum que não me vem nada, então sento na banheira e fico olhando, ainda muito comum ocopar a banheira, o meu olho alcança o box… uma vontadezinha se acende me encaminho até ele e penso como seria DANÇAR naquele espaço tão pequeno.
não tem um chuveiro, isso já me interessa, entro e vejo o que acontece com um MP3 nos ouvidos bem alto canto e danço como se etivesse sozinho naquele lugar.
o que te passa?

posto então esse video para começar uma ideia. ( com participação da Isabel Carolina…. a Bel )

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Rotina

O que a rotina pode trazer de poético, seja melancórico ou alegre. Hoje na casa selvática interagi com o espaço (quartos e banheiro) escutando a música abaixo:

A noite recordei um episódio de algumas semanas atrás:

TETO BRANCO
Deitei na cama e vi o teto branco.
Levei um susto. Como tinha esquecido dele?
Off no computador, desligo a luz, entro na cama.
O despertador toca, pego a toalha, um banho.
Uma soneca de tarde. Penso, preciso trabalhar...
Ficar de bobeira na cama é raro.
Um livro sempre é uma boa companhia.
Sei, a solidão faz ocupar o tempo.
E quando a melancolia me toma,
Prefiro estar de bruços e olhos fechados.
Deitei na cama e reparei no teto branco.
Há quanto tempo não sinto essa brancura?

Yiuki Doi

LETRA DA MÚSICA:
Perspective (Yellow Magic Orchestra)

Every day I open the window
Every day I brush my teeth
Every day I read the paper
Every day I see your face

In the gleam of a brilliant twilight
I see people torn apart
From each other
Maybe that's their way of life

Every day I ride in cars
Every day I watch TV
Every day I write my diary
Every day I go to sleep

In the gleam of a brilliant twilight
I see people torn apart
From each other
Maybe that's their way of life

Every day I open the window
Every day I brush my teeth
Every day I read the paper
Every day I see your face

Every day I ride in cars
Every day I watch TV
Every day I write my diary
Every day I go to sleep

Proposta Peter e Bel

vídeo proposta fio

Hoje eu cheguei na casa sem alguma proposta, o Peter me chamou para fazer um exercício com um fio de lã que ele havia falado no ensaio passado.

Escolhemos o comodo mais quente, o único que pegava sol. A proposta era: Com um único novelo de lã construimos um espaço, nos revesamos e cada um fazia um caminho até o final do novelo que é azul. Depois do espaço construido passeamos por ele no intuito de acordar o olhar, depois fotografamos lugares e desenhos que nos interessaram, pensamos em colocar bilhetes com pequenas procações para que um futuro público possa percorrer esse espaço e se propor a ações que também pensamos e por fim eu filmei o Peter desfazendo essa trama. Pensamos depois em editar para usar a idéia do reverso inspirado nov vídeo do Alexandro Nero e da Ju no espetáculo feche os olhos para Olhar.

Ainda no nosso atual casulo estamos aqui esperando o vídeo carregar e vamos postar as fotos com participação especial da mosca modelo que pousou hoje na nossa criação.